segunda-feira, 22 de junho de 2009

Treino é mais real, diz fisioterapeuta

Folha de São Paulo - 29.01.06 - www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2901200618.htm

Profissionais que já fizeram cursos utilizando robôs avançados afirmam que a simulação de situações clínicas é mais "real" do que o treino empregando manequins estáticos. "Ver o bebê-robô chorando, respirando, dá uma emoçãozinha. A gente tem mais cuidado em manipular, tem medo de deixar cair", comenta a fisioterapeuta Darina Florêncio, que trabalha na Beneficência Portuguesa do município de Campos (Rio). Nas últimas quinta e sexta-feira, Darina fez parte de um grupo de fisioterapeutas que participou de um curso na área de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal no centro de treinamento Berkeley, no Rio de Janeiro. Entre outras coisas, ela aprendeu uma série de manobras a serem feitas em um bebê que nasceu prematuro e está sob ventilação mecânica. "É emocionante ver que uma determinada conduta estabiliza o bebê", diz.

A fisioterapeuta Sirley Rodrigues, 39, de Petrópolis (RJ), trabalha com recém-nascidos e resolveu fazer o curso para se reciclar. "É difícil encontrar espaço para praticar, trocar experiências." Paulo Oliveira, 30, veio do Porto (Portugal) para o Rio com esse mesmo objetivo. Fisioterapeuta em um hospital português, ele veio para um treinamento em UTI de adultos, mas resolveu também fazer o curso neonatal. "Quero reforçar meus conhecimentos em reabilitação cardiorrespiratória. Fazer isso em um paciente real é quase impossível."

Atores

Além dos robôs, o centro de treinamento conta com a participação de atores da escola de teatro do Sesc (Serviço Social do Comércio). Eles representam papéis de pacientes, de familiares e de membros da equipe médica. Eles simulam, por exemplo, os sintomas da doença ou da situação clínica a ser trabalhada. No papel de parentes, dramatizam o desespero com uma notícia de morte ou de doença grave. Na USP, os próprios alunos de medicina atuam como atores, representando pacientes, segundo o cirurgião José Pinhata Otoch.